quinta-feira, 2 de maio de 2013

Se hoje o fator religioso é percebido como algo estranho à vida, para o homem medieval a esfera do sagrado era reconhecida, presente e encarnada nas contingências da vida quotidiana.

"Uma das principais características da Idade Média é sua intensa religiosidade, se hoje o fator religioso é percebido como algo estranho à vida, para o homem medieval a esfera do sagrado era reconhecida, presente e encarnada nas contingências da vida quotidiana. Congregados pelo irresistível apelo da religião, homens e mulheres de todas as regiões da Europa adquiriram a consciência de formar um povo único, uma entidade que pretendia espelhar e prefigurar a ordem celeste: a Cristandade, cada um, trabalhando ao longo de sua existência, tinha a certeza de colaborar numa grande obra que o ultrapassava, contribuindo com sua pequena pedra para levantar a catedral. A extraordinária capacidade que os homens da Idade Média tinham de pensar e agir em conjunto deve-se, portanto, ao fato de que o sentido da transcendência arrancava o indivíduo da sua condição particular para impulsioná-lo rumo a um ideal absoluto, tal como uma terra santa a ser libertada, uma igreja a ser construída, ou então, com obstinada candura, um herege a ser queimado vivo"



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